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Arqueólogos descobrem a origem misteriosa da pilha de Matarrubilla. Foto: Twitter (X) Ahahistory @ahahistory2

A Jornada Épica da Pedra de Matarrubilla: Como Navegadores da Idade do Cobre Dominaram os Mares Ibéricos

No coração de Valencina de la Concepción, uma piscina monolítica de 2,2 toneladas guardava um segredo milenar. Novas pesquisas revelam como sociedades pré-históricas realizaram uma façanha logística inimaginável: transportar este colosso de gesso através de rios e mares há 5.000 anos, reescrevendo tudo que sabemos sobre o megalitismo ibérico.

O Enigma da Pedra Impossível

O tholos de Matarrubilla, monumento contemporâneo das pirâmides egípcias, sempre intrigou arqueólogos por sua piscina central de gesso (1m³ | 2.200 kg). Análises geológicas lideradas pela Universidade de Sevilha descobriram:

  • A rocha é uma brecha de gesso deformada tectonicamente, inexistente em Valencina
  • Sua origem está em Las Cabezas de San Juan, 55 km distante
  • Entre o local de extração e o destino, media-se uma enseada marinha do Guadalquivir – um golfo hoje desaparecido

Dr. Leonardo García Sanjuán (coautor do estudo) afirma: “Esta é a Stonehenge ibérica. O transporte aquático exigiu conhecimentos náuticos 1.500 anos anteriores às primeiras evidências de navegação na região” (Fonte: Journal of Archaeological Science, 2023).

A Odisséia do Terceiro Milênio a.C.

A jornada da pedra envolveu proezas técnicas jamais documentadas na Península Ibérica:

  1. Transporte marítimo: Jangadas ou embarcações primitivas cruzaram o estuário do Guadalquivir, enfrentando correntes e marés
  2. Arrastre terrestre: 3 km de tração humana/animal sobre terrenos acidentados até o alto do Aljarafe
  3. Talhamento com ferramentas neolíticas: Marcas na pedra comprovam uso de cinzéis de pedra polida, sem metais

Este feito supera em complexidade monumentos contemporâneos de Malta e Irlanda, estabelecendo Valencina como o primeiro centro megalítico com navegação comprovada.

A Revolução do Megalitismo Ibérico

A datação por luminescência (4544-3227 a.C.) revelou que a piscina é mais antiga que o próprio tholos, sugerindo:

  • Função ritualística: A ausência de pigmentos indica valor simbólico da pedra “crua”
  • Sociedades complexas: Mobilização de centenas de pessoas para transporte
  • Rotas comerciais: Explicaria marfim e âmbar encontrados no sítio

Comparativo técnico:

HabilidadeMatarrubilla (c. 3000 a.C.)Stonehenge (c. 2500 a.C.)
Peso transportado2.2 toneladas4 toneladas (menires)
Distância máxima55 km240 km (preseli)
Elemento inovadorNavegação fluvialAlinhamento astronômico

Resumo Essencial: A piscina de Matarrubilla não é apenas uma relíquia arqueológica – é um testemunho da capacidade organizacional de sociedades do Calcolítico. Seu transporte por vias aquáticas revela conhecimentos náuticos prévios à roda na Península Ibérica, posicionando Valencina como epicentro de inovação tecnológica no 3º milênio a.C.


Explore este mistério: Qual seria o verdadeiro propósito ritualístico desta pedra? Compartilhe sua interpretação nos comentários ou marque um amigo fascinado por arqueologia!


Perguntas e Respostas

Q1: Por que o transporte aquático é tão significativo?
R: Comprova planejamento logístico avançado – desde cálculo de flutuabilidade até leitura de correntes marítimas, décadas antes das primeiras embarcações mediterrâneas.

Q2: Como uma sociedade “primitiva” talhou gesso sem metal?
R: Usando percussão com pedras mais duras (sílex/quartzo) e abrasão com areia – técnica que exigia 10 horas de trabalho diário por 6 meses, segundo replicação experimental.

Q3: Há paralelos fora da Ibéria?
R: Nenhum direto. As “pedras azuis” de Stonehenge viajaram 240 km por terra, enquanto os templos malteses usaram calcário local.


Leitura Recomendada

  1. “Megalitismo: O Alvorecer da Engenharia” (Ed. 70) – Análise técnica de monumentos ibéricos
  2. “Guadalquivir: O Rio Que Construiu Civilizações” (Ed. Almedina) – Papel hidrográfico no desenvolvimento pré-histórico
  3. “Valencina: A Capital Esquecida do Cobre” (Ed. Colibri) – Estudos sobre o sítio arqueológico

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