Atlantis é a lendária civilização descrita por Platão em 360 a.C., que teria existido além das Colunas de Hércules e desaparecido sob as águas em um único dia de catástrofes. Neste artigo você encontrará a definição do mito original nas obras “Timeu” e “Crítias”, e uma análise detalhada das principais teorias arqueológicas e geológicas que buscam rastros dessa cidade submersa.
Quais são as fontes clássicas de Atlantis?
Platão apresenta Atlantis em dois diálogos:
- Timeu, onde escapa à descrição inicial de sua grandeza e queda;
- Crítias, que traz relatos mais precisos sobre a geografia, a sociedade e os festivais atlantes.
Segundo ele, Atlantis era uma potência naval que tentou invadir Atenas cerca de 9.000 anos antes de sua época. As descrições incluem portos circulares, canais, templos de mármore e riquezas incomparáveis. Contudo, o relato de Platão também funciona como alegoria política: simboliza o declínio de impérios corruptos que desafiam as leis divinas.
O que Platão quis simbolizar com Atlantis?
Entre estudiosos, prevalecem duas interpretações:
- Utopia e advertência
- Atlantis representa uma sociedade ideal que, ao corromper-se, perde a bênção dos deuses.
- A narrativa alertava os atenienses sobre a arrogância imperial.
- Mito didático
- Usado na Academia de Platão para discutir justiça, poder e moralidade.
- Não necessariamente sustentado em fatos reais, mas em lendas pré‑gregas.
Mesmo assim, a riqueza de detalhes geográficos instigou gerações de exploradores a buscar vestígios concretos.
Quais teorias de localização existem?

Diversas hipóteses surgiram ao longo dos séculos:
- Santorini (Thera) – Mar Egeu
- A erupção minoica (c. 1600 a.C.) devastou a ilha, gerando tsunamis que atingiram Creta.
- Restos de cidades enterradas em Akrotiri lembram portos e vilarejos atlantes descritos.
- Cádiz (Gadeira) – Mediterrâneo ocidental
- Os fenícios chamavam Gadeira de “ilha no mar”, similar às descrições de Platão.
- Vestígios submersos na costa apontam estruturas que podem ter sido muros e docas antigas.
- Açores – Atlântico
- Localizados a cerca de 1.500 km da Europa, correspondem às “ilhas além das Colunas de Hércules”.
- Sinais de antigas praias submersas e formações rochosas alinhadas em grade.
- Outras hipóteses
- Mauritânia, Antártida e até o Caribe foram sugeridos, mas com menores evidências arqueológicas.
Cada teoria combina interpretações de textos antigos, achados de campo e modelagens geológicas.
Que achados arqueológicos reforçam ou refutam?
- Akrotiri (Santorini)
- Ruínas preservadas pela cinza vulcânica mostram sistemas de drenagem, casas de dois andares e afrescos complexos.
- No entanto, a datação (c. 1600 a.C.) conflita com o tempo atribuído por Platão (c. 9.600 a.C.).
- Estruturas submersas em Cádiz
- Imagens de sonar revelam retângulos perfeitos no fundo do mar, possivelmente muros de um portão.
- Falta ligar de forma inequívoca essas estruturas ao relato clássico.
- Descobertas no Atlântico
- Projetos de mapeamento identificaram elevações planas a centenas de metros de profundidade.
- Essas “plataformas” podem ser antigas planícies costeiras, hoje submersas, mas não provam existência de uma metrópole.
Como a geologia explica catástrofes submarinas?
Fenômenos naturais plausíveis para o desaparecimento de uma cidade costeira:
- Erupções vulcânicas gerando tsunamis (como em Thera).
- Colapso de placas tectônicas e subducção rápida, afundando regiões inteiras.
- Mudanças climáticas abruptas elevando o nível do mar localmente.
Modelos computacionais demonstram que, num evento extremo, grandes áreas próximas ao litoral podem afundar ou ser devastadas por ondas gigantes.
Por que o mito sobrevive até hoje?
- Fascínio por civilizações perdidas: a ideia de um mundo avançado aniquilado captura a imaginação.
- Cultura pop: livros (Jules Verne, Atlantis de David Gibbins), filmes (como “Atlantis: O Reino Perdido” da Disney) e jogos (Assassin’s Creed) mantêm o tema vivo.
- Turismo arqueológico: expedições e documentários exploram possíveis vestígios, atraindo público global.
Resumo
Platão, com Atlantis, criou um mito que mistura ideologia e detalhes quase técnicos sobre engenharia urbana e naval. Enquanto nenhuma cidade foi definitivamente reconhecida como Atlantis, as hipóteses sobre Santorini e Cádiz mostram que catástrofes naturais podem ter inspirado a lenda. A busca continua aliando arqueologia, geologia e interpretação literária.
Interessado em civilizações submersas? Compartilhe este artigo e comente qual teoria de Atlantis mais te intriga!
Perguntas e Respostas
1. Quem foi o primeiro a relatar Atlantis?
Platão, nos diálogos “Timeu” e “Crítias”, por volta de 360 a.C.
2. Qual a ligação entre Santorini e Atlantis?
A destruição de Thera por erupção gerou tsunamis e soterramento de vilarejos, refletindo o desaparecimento descrito.
3. Por que não há consenso acadêmico?
As datas e evidências concretas não coincidem totalmente com o relato de Platão, que mistura alegoria e fatos.
4. Como os tsunamis afetam sítios costeiros?
Ondas gigantes podem erodir fundações, enterrar construções e alterar linhas costeiras em minutos.
5. Quais obras modernas recontam o mito?
“Atlantis: O Reino Perdido” (Disney), “In Search of Atlantis” (National Geographic) e romances de ficção histórica.
Fontes de Pesquisa
- “Atlantis: the Evidence” – Thames & Hudson
- “Santorini and the Destruction of Atlantis” – Routledge
- “In Search of Atlantis” – National Geographic
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